Moderna e fácil mas com um apelativo estilo old-school, a Scout Sixty mantém os traços da irmã mais velha, surgindo como uma alternativa apetecível a outras motos da sua classe mais espartanas e mais complicadas de conduzir.
Pode até parecer estranho designar a Scout Sixty como pequena. Tem um motor de 999cc, pesa 256 kg com o depósito pleno, mas é mais comprida que uma Harley-Davidson 1200 Custom. E assim que me sentei sobre o assento a apenas 645 mm do solo (a da H-D tem 725 mm de altura) rapidamente percebi algumas diferenças para a irmã maior, a Scout com o V-Twin de 1133cc.
Para além do preço, é claro, uma vez que a Scout ‘mil e cem’ custa 13.990 euros à saída do concessionário enquanto a Scout Sixty ‘999’ pode ser adquirida a partir dos 11.990 euros. E além disso, existe uma configuração própria para ser conduzida com a carta A2. Bem pensado!
Além disso, a irmã mais pequena da Scout 1133 que conheci há cerca de dois anos, é bastante mais discreta, mas igualmente prestável a personalizar ao gosto de cada um. A Scout maior tem um motor de 100cv refrigerado a líquido, enquanto a Scout Sixty 999 recebeu uma versão semelhante do mesmo motor mas com 78 cv.
Conta com uma transmissão de cinco velocidades, em vez de seis, rodas diferentes, com uma sela de vinil em vez de em tonalidade de pele, mas em muitos outros aspectos são ambas muito semelhantes, inclusive ao nível das suspensões.
Percebe-se a potencia extra da Scout mais velha em relação à Sixty, mas o motor de 5 relações tem um binário mais uniforme a facilitar a condução, não sendo tão evidente a diferença que escutamos no som a sair do escape.
E depois, existe uma vantagem comum e inegável: a posição de condução é uma das mais baixas que pode encontrar em alguma outra moto no mercado, sentindo-se muito menos a influência da posição pés-para-a-frente que encontramos noutras custom do mercado.
Alguns quilómetros sobre esta Indian recordaram-me essa sensação tida na primeira Indian Scout.
Primeiras impressões
Mesmo com 22 cavalos menos que a sua irmã mais velha, a Scout Sixty tem mais que muitas motos de cilindrada semelhante para oferecer, a sua resposta no acelerador é perfeita, as mudanças são fáceis de embraiar e sem quaisquer ‘clonk’s’ incómodos, sendo uma das transmissões mais suaves no patamar das custom. A remoção da sexta velocidade passa praticamente despercebida.
Os amortecedores traseiros têm curso suficiente para absorver praticamente qualquer irregularidade na estrada, permitindo-nos manter perfeitamente o controle numa moto nada nervosa, e mesmo retirando uma das mãos para comprimentar um amigo, não sentimos qualquer estremecimento no guiador.
A curvar é simplesmente, deliciosa! Em resumo, a Scout Sixty é acima de todo uma moto suave, uma perfeita ‘traga-milhas’, na qual apenas deve ter em conta que não possui um indicador de combustível, apenas sendo alertados pelo acender da luz de reserva que nos alerta para ir à bomba reabastecer.
Uma boa notícia, sobretudo para o verão e dias de muito calor, pouco ou quase nada se fez sentir o calor do motor sobre as pernas, mesmo a atravessar calmamente a cidade. Quanto à opinião de um passageiro, simplesmente não a podem ter, porque não está equipada de origem com um segundo lugar. Apesar de estar homologada para dois ocupantes, quem quiser levar pendura tem que adquirir o assento e os poisa pés vendidos como opcionais.
Os pneus Kenda em forma de balão ‘aguentam-se’ no verão mas para o inverno – em piso molhado - dá vontade de trocá-los, porque impõem alguma cautela numa aceleração forte no punho. Já os travões da Sixty me pareceram adequados, embora se note a falta do ABS bem distribuído às duas rodas como acontece na Scout maior. O peso praticamente pouco se nota graças ao baixo centro de gravidade.
Conclusão
A Scout Sixty está disponível no mercado em 4 cores, Thunder Black, Polished Bronze, Indian Motorcycle Red e numa bela combinação de Thunder Black com Titanium Metallic e listas de vermelho Indian.
A exemplo do que sucede na Scout maior, a Sixty revela ser uma moto com bons argumentos para uso urbano, igualmente prestável a longos passeios ou até mesmo a pequenas viagens. Nesse nosso teste ultrapassamos os 500 km e a conclusão que retirei foi positiva, à excepção de alguns pormenores no equipamento, como os pneus e a ausência de repartidor de travagem (ABS) na moto que experimentei, bem necessário no piso molhado.
Também se devem evitar os maus pisos, onde as suspensões de curso reduzido – que são uma carateristica própria desta estirpe de motos, sobretudo a maiores velocidades se mostram insuficientes para apaziguar os choques nas mudanças de pisos. Contudo, extremando-se as performances, rápido se precebe que elas “agarram” bem a Sixty ao solo. Nota positiva portanto.
Em deslocações maiores o depósito de apenas 12,5 litros limita um pouco a autonomia, contando com o combustível suficiente para pouco mais de 200km.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Motor: V-twin a 60º Refrigerado por líquido, DOHC, 8-valvulas
Cilindrada: 999cc
Potência máxima:
78cv / 7300rpm
Binário máximo:
88.8 Nm / 5600rpm
Transmissão primária:
5 velocidades
Alimentação:
EFI c/ corpos de 60mm
Capacidade de combustível: 12.5 l
Escape: duplo individual com “cross-over”
Altura do assento: 643 mm
Peso a seco: 246 kg
Pneus: 130/90-16 72H (Fr.) / 150/80-16 71H (Tr.)
Cores: Preto, Vermelho, Branco
Preço: a partir de 11.590 €
Mais informações em http://www.indianmotorcycle.pt