APRESENTAÇÃO BUGATTI CHIRON
PARA SONHAR ACORDADO
Numa apresentação exclusiva na última sexta-feira foi-me mostrado pela primeira vez em ambiente exterior o novo Chiron1, o mais poderoso, mais exclusivo e mais luxuoso e mais veloz supercarro de produção de sempre.
O cenário escolhido pela Bugatti foi o célebre evento automobístico "The Quail: A Gathering Motorsports", na Califórnia.
Por Mike Rodman; fotografia Construtor
Sendo a América do Norte um dos mercados mais importantes para a Bugatti, o célebre evento que todos os anos no terceiro fim-de-semana de agosto junta no domingo milhares de aficionados de veículos antigos e modernos na península de Monterey, a sul de San Francisco, foi o cenário perfeito para esta première. O Bugatti Chiron, é um supercarro de motor central e dois lugares desenhado e desenvolvido pela Bugatti (que pertence ao Grupo Volkswagen) para ser o sucessor do Bugatti Veyron. O Chiron foi revelado no Salão do Automóvel de Genebra, no dia 1 de março de 2016. O nome do modelo, é uma homenagem ao piloto monegasco Louis Chiron.
O motor 8 litros W16 tetraturbo é o mesmo do Veyron, mas com uma arquitetura mais moderna. O Chiron tem agora 1500 cavalos de potência e 1.600 Nm de torque que surgem a partir das 2000 rpm. Como o Veyron, a carroçaria é de fibra de carbono, a suspensão é independente e a tração integral.
Acelera de 0-100 km/h em 2,5 segundos, de 0-200 km/h em menos de 6,5 segundos e de 0-300 km/h em menos de menos de 13,6 segundos. A velocidade máxima é limitada eletronicamente a 420 km/h por razões de segurança. Sem o limitador, estima-se que a velocidade máxima atinja os 463 km/h. O velocímetro é conhecido por ter a marca de 500 km/h!
O século 21 trouxe á luz do dia fantásticos supercarros mas, no que toca a performances, há uma regra para todos: o Bugatti Veyron. A sua produção foi interrompida em 2015, após 450 unidades construídas em mais de 10 anos, período em que reinou como o carro de produção mais rápido do mundo. O Veyron Super Sport alcançou 415 km/h em 2010 e firmou um recorde mundial que sobreviveu no Guinness durante muito tempo. E a referência a bater depois disso, tinha sempre um nome á frente recordes, Veyron. O fabricante entra novamente em cena e promete que isto vai mudar em breve com um supercarro totalmente novo para substituir o Veyron.
O novo Chiron, apresentado previamente no salão de Genebra de 2016 é considerado na casa de Etore Bugatti como “o mais poderoso, o mais rápido, mais luxuoso e mais exclusivo supercarro desportivo do mundo."
A tarefa de melhorar um supercarro já incrível, que hoje tem uma potência de 1184 cavalos no motor W-16 e que pode atingir perto de 260 mph (418.429 km/h) sem um limitador de velocidade, é uma missão difícil, mas a Bugatti afirma ser possível. O nome Chiron representa uma homenagem a Louis Chiron, piloto de fábrica da Bugatti no Campeonato da Europa em 1930. Foi um dos pilotos mais rápidos na pré-Formula One e o seu nome já tinha sido utilizado para nomear o Chiron Concept de 1999. Agora, 17 anos depois desse concept-car, o nome de Chiron decora aquele que parecer ser predestinado a se tonar num dos melhores supercarros de sempre: o Bugatti Chiron 1
CONDOMÍNIO PRIVADO
Como esperado, com base nos protótipos e performances do modelo de produção camuflados, o Chiron revela-se uma evolução do design do Veyron. Há quem o ache um pouco demasiado conservador, mas é bastante óbvio que a Bugatti o realizou com o objetivo em mente de manter a sua base de clientes existente, em vez de atrair novos compradores. Confesso que sempre considerei o Veyron um pouco o ‘patinho feio’ dos supercarros, mas não posso culpar a Bugatti por projetar o Chiron a pensar nos seus clientes habituais – e famosos – do anterior Veyron. Já para não falar da sua aparência selvagem baseada no Gran Turismo Concept.
Apesar de no desenho não haverem mudanças significativas, foram no entanto introduzidas várias alterações para transformar o Veyron no Chiron. É, inequivocamente, um Bugatti devido à sua lendária grade de ferradura, agora mais magra no Chiron, com grupos de quatro faróis LED alinhados de cada lado e entradas que direcionam o ar para os travões dianteiros. O capô dianteiro não se estende para o pára-choques e apresenta uma forma de V mais angular, que dá ao nariz do Chiron uma aparência mais agressiva. As entradas de ar estão numa posição mais baixa e são também mais finas que no Veyron, tendo o avental sido otimizado aerodinamicamente. Todas as características da extremidade dianteira foram projetadas para dar à frente do Chiron um aspeto o mais largo possível. E devo dizer, que este novo supercarro é muito mais ameaçador!
Visto de lado, o Chiron faz de fato um afastamento significativo da linha do Veyron. A primeira coisa que se nota é a curva da carroçaria, em forma de C que define o perfil. Reminiscente dos modelos Bugatti clássicos, como o Type 57, a "Linha Bugatti" também funciona como um dispositivo aerodinâmico, otimizando o fluxo de ar para as entradas laterais, que o canalizam para o maciço motor de 16 cilindros.
Desviando a nossa atenção para a traseira do Chiron é fácil perceber que se trata de uma versão atenuada do Gran Turismo Concept. Especificamente desenhado para reduzir o arrasto e criar um efeito de sucção que afasta o ar quente do motor, o pára-choque traseiro é de facto uma entrada de três peças com um grande difusor de 1.6 metros, com luzes traseiras numa comprida e enorme faixa que alberga 82 LEDs, montada ao centro do Veyron, acompanhada mais abaixo pelo escape de dupla saída e com difusores inferiores que parecem tirados de um monolugar de corridas. O capot do motor também foi redesenhado e a Bugatti abandonou o tradicional humps do Veyron, trocando-o por uma asa mais aerodinâmica.
Aqui retratado no clássico azul de dois tons que tornou a Bugatti famosa, o Chiron provavelmente irá estar disponível numa ampla variedade de cores e acabamentos, incluindo uma opção de fibra de carbono nua. O Veyron foi um dos supercarros mais personalizável do mercado e o Chiron, espera-se e deseja-se que o também seja. Concluindo, o novo supercarro da Bugatti apresenta-se mais moderno em comparação com o Veyron, embora aparente muitas semelhanças. O seu design vai certamente despoletar sensações de ‘amor ou ódio’.
MOTOR DILACERANTE!
Tendo obtido numerosos recordes com o Veyron, a Bugatti não tinha outra opção, senão a de renovar essa aposta e para isso desenvolver um supercarro mais rápido e mais poderoso do que o seu antecessor. Felizmente, o Chiron conta para esse aspecto com um motor com quatro turbos, 8.0 litros, numa atualização da conhecida unidade W-16. E, apesar dos rumores de uma motorização híbrida, não há motor elétrico sob o corpo.
O revisto motor conta agora com uns gritantes 1.479 cavalos de potência (!) e um infindável torque e, se o compararmos com o recente Veyron SuperSport, constata-se um aumento de 296 cavalos de potência e mais binário. Estes novos valores tornam o Chiron significativamente mais poderoso do que o Koenigsegg Koenigsegg One: 1, com o Bugatti a ter um extra de 139 cavalos à sua disposição. No entanto, o Chiron é mais pesado que o supercarro sueco em cerca de 1944 kg, o que é um valor significativo.
Quanto a performances o novo Chiron é anunciado com uma capacidade de aceleração impressionante, de realizar os 0-100 km/h em menos de 2,5 segundos, de fazer o sprint 0-200 km/h em menos de 6,5 segundos e de fazer os 0-300 km/h num tempo abaixo de 13,6 segundos. Só para se ter uma ideia sobre o seu poder incrível, o Lamborghini Centenario precisa de dez segundos mais para alcançar os 300 quilómetros por hora! Além disso, de acordo com estes números, o novo Bugatti Chiron é quase três segundos mais rápido do que o McLaren P1 e um segundo mais rápido que o Veyron SuperSport. A velocidade máxima (limitada pelo fabricante, por razões de segurança) anunciada é de 420 km/h, o que dá perto de 5 km/h mais do que o Veyron SS. Mas, é preciso não esquecer que o Bugatti Chiron nasce com o firme propósito de alcançar um novo recorde do mundo para o Guiness!
Sem o limitador, se o Veyron SS é capaz de chegar aos 429.69 km/h, com condições de motor semelhantes e numa pista de ensaio, o Chiron já terá ultrapassado a marca de 270 milhas por hora, o equivalente a 434.52 km/h. O modelo de produção não será capaz de fazer o mesmo, exclusivamente por razões de segurança.
VIDA DE LUXO
Qualquer um de nós, nem que seja uma vez na vida, gostaria de sentir o ambiente luxuriante, silencioso e tão agradável como o mais caro perfume francês, que se experimenta no interior do habitáculo do Chiron. Como a maioria dos interiores Bugatti, o habitáculo do Chiron é uma obra-prima. Tal como tinha sucedido no Veyron, este supercarro consegue encontrar o equilíbrio perfeito entre desportivismo e luxo, definindo-se para além dos parâmetros de qualquer concorrente deste exclusivo segmento.
Por exemplo, não existe um centímetro sequer de plástico no seu interior, com todas as superfícies em fibra de carbono, alumínio ou numa cobertura de couro fino. O projeto total é bastante simples, mas as linhas orgânicas dão-lhe um toque moderno. Se o exterior é baseado no Veyron, o interior conta uma história diferente. A Bugatti redesenhou todas as peças, o painel e todos os botões. A pilha de centro larga do Veyron foi substituída por uma unidade mais estreita, com quatro botões orientados horizontalmente. Isto faz com que o interior se faça sentir mais espaçoso.
O painel de instrumentos também é novo, com as duas bitolas menores substituídas por telas TFT. A da direita exibe o mapa de navegação. O medidor principal é simples e elegante, caracterizando enquanto os mostradores revelam uma luz de fundo azul. O velocímetro corre todo o caminho até 500 km / h. O volante de dois tons tem um fundo plano, raios de alumínio e botões azuis. Naturalmente, os assentos são top, projetados para serem mais confortáveis do que qualquer outro supercarro. Ainda como qualquer carro de luxo, o Chiron vem com um sistema de som premium, state-of-the-art, com uma membrana de diamante de um quilate em cada um dos quatro tweeters. Qualidade de som cristalina, hein? Os tweeters são as únicas características que contêm materiais preciosos; o emblema "Bugatti" é feito de esmalte e prata sólida. O porta-luvas é refrigerado e de facto o Chiron consegue envergonhar muitas limousines caras em termos de características de conveniência e luxo.
PREÇOS A PARTIR DE €2.6 MILHÕES
Os preços para o Bugatti Chiron foram inicialmente fixos em 2.4 milhões de euros antes das opções, tendo-se a fasquia subido depois de março de 2016 aos 2.6 milhões de euros. Os preço para o mercado dos EUA ainda estão por anunciar. A produção será limitada a 500 unidades, mais 50 do que o Veyron.
A Bugatti diz que já recebeu ordens de compra para um terço da produção total, o que significa que pelo menos 150 unidades já foram vendidas. Uma vez entregues as 500 unidades do Bugatti Chiron1, será posteriormente lançada a versão roadster e a Edição Especial.
OUTRAS PRECIOSIDADES... RARAS
BUGATTI VEYRON
O Bugatti Veyron EB 16.4 é um supercarro de motor central, desenhado e desenvolvido na Alemanha pelo Grupo Volkswagen, e fabricado em Molsheim, França, pela Bugatti Automobiles S.A.S.
A versão original tinha a velocidade máxima de 407,12 km/h. Foi eleito o carro da década (2001-2009) pelo programa de televisão da BBC, Top Gear. A versão original também ganhou o prémio “Best Car Driven All Year” pelo mesmo programa, em 2005. A versão Super Sport do Veyron é reconhecida pelo Guinness World Records como o carro de rua mais rápido do mundo, com a velocidade máxima de 431,072 km/h. A versão roadster Grand Sport Vitesse do Veyron é o conversível mais rápido do mundo, tendo alcançando a velocidade de 408,84 km/h num teste realizado em 6 de abril de 2013.
O designer-chefe do Veyron foi Hartmut Warkuss, e o exterior foi desenhado por Jozef Kabaň, da Volkswagen. Grande parte do trabalho de engenharia foi orientado pelo engenheiro-chefe Wolfgang Schreiber.
Vários modelos especiais foram produzidos. Em dezembro de 2010, a Bugatti começou a oferecer para potenciais compradores a possibilidade de personalizar cores interiores e exteriores do automóvel, utilizando o aplicativo Veyron 16.4 C.
HENNESSEY VENOM GT
O Hennessey Venom GT é um supercarro fabricado pela Hennessey Performance Engineering. Foi revelado em 29 de março de 2010 e no dia 21 de janeiro de 2013, bateu um novo recorde mundial do Guinness Book por conseguir fazer a melhor aceleração de 0-300 km/h em somente 13,63 segundos.
O Venom GT usa um chassis altamente modificado do Lotus Exige. O fabricante Hennessey assegurou que o chassis modificado utiliza componentes do Lotus Exige e Elise, incluindo, mas não limitado ao teto, portas, vidros laterais, pára-brisas, painel de instrumentos, cockpit, sistema de climatização, limpa vidros e óticas.Por isso, é um carro modificado e não um carro de produção da Lotus.
No dia 14 de fevereiro de 2014, o Venom foi levado novamente para uma pista de testes, e conseguiu alcançar 435.31 km/h, tornando se assim, o carro de série mais rápido do mundo. O recorde foi batido em 3,22 km, metade da distância que o segundo carro de rua mais rápido do mundo, o Bugatti Veyron Super Sport, precisou para alcançar sua velocidade máxima.
Porém, o recorde não foi aceite pelo Guinness World Records, que exige que o teste seja feito em ambas as direções (à favor e contra o vento), o que tornou o recorde inválido. O Venom teve a produção limitada a 29 unidades, sendo que um carro só é considerado de produção, após a fabricação de 30 unidades ou mais do mesmo.
KOENIGSEGG ONE:1
O Koenigsegg One:1 foi apresentado pela primeira vez em março de 2014 no salão de Genebra. Além deste apresentado, o fabricante suéco Koenigsegg produziu mais seis carros e todos foram vendidos. Também foi apresentado no festival Goodwood, ao lado de outros supercarros como o McLaren P1, o Ferrari LaFerrari, o Porsche 918 Spyder e o Pagani Huayra.
O nome One:1 vem da relação entre a potência (1.360 cv) e do peso (1.360 kg), sendo um cavalo por quilograma (1:1). A potência de 1.360 cavalos é equivalente a um Megawatt, o que a Koenigsegg usa para alegar que é "o primeiro megacarro do mundo". O carro é mais focado para as pistas que os carros anteriores feitos pela Koenigsegg. Para atingir os seus objetivos na construção do modelo, a Koenigsegg teve que sacrificar alguns itens. Há uma entrada de ar no teto removível, por isso não é mais possível guardá-lo no compartimento frontal, como era possível nos modelos anteriores. Por esse motivo, a Koenigsegg sacrificou o espaço do compartimento para criar mais downforce, o que reduziu sua capacidade em 40%.
O Koenigsegg One:1 vem com uma variante do mesmo motor 5 litros V8 dos modelos anteriores. Este produz 1.360 cavalos a 7.500 rpm e 1.371 N·m (140 kgf·m) a 6.000 rpm. O peso do motor é somente 197 kg, graças à construção em alumínio e coletores de admissão de fibra de carbono. A transmissão é de 7 velocidades de dupla embreagem com paddle shifters (câmbio borboleta).