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TESTE INDIAN SCOUT SIXTY


O mínimo do máximo

A Indian foi genial ao conceber uma old-school inspirada na Scout original, que nos faz sentir sobre uma moto moderna e fácil. A mais recente versão, a Sixty 999, mantém os traços da irmã mais velha, surgindo como uma alternativa apetecível a outras motos da sua classe mais espartanas e mais complicadas de gerir.

Por Ricardo Ferreira; fotos de Paulo Baltazar

Parece estranho designar a Sixty como pequena. Tem um motor de 1000cc, pesa 256 kg com o depósito pleno, é mais comprida que uma Harley-Davidson 1200 Custom. No entanto, assim que se sentar sobre o assento a apenas 645 mm do solo (a da H-D tem 725 mm de altura) rapidamente se apercebe da razão desse adjetivo.

Note que esta nova proposta da lendária marca americana, é também a irmã mais pequena da Scout 1133 que conheci á cerca de 1 ano, sendo no entanto bastante mais discreta e propícia a personalizar ao gosto de cada um. A Scout maior tem um motor de 100cv refrigerado a líquido, enquanto a Scout Sixty 999 recebeu uma versão semelhante do mesmo motor mas com 78 cv.

Conta com uma transmissão de cinco velocidades, em vez de seis, rodas diferentes, com uma sela de vinil em vez de em tonalidade de pele, mas em muitos outros aspectos são ambas muito semelhantes, inclusive ao nível das suspensões.

Percebe-se a potencia extra da Scout mais velha em relação à Sixty, mas o motor de 5 relações tem um binário mais uniforme a facilitar a condução, não sendo tão evidente a diferença que escutamos no som a sair do escape.

E depois, existe uma vantagem comum e inegável: a posição de condução é uma das mais baixas que pode encontrar em alguma outra moto no mercado, sentindo-se muito menos a influência da posição pés-para-a-frente que encontramos noutras custom do mercado. Alguns quilómetros sobre esta Indian recordaram-me essa sensação tida na Scout original.

ALGUMAS IMPRESSÕES

Mesmo com 22 menos cavalos que a sua irmã mais velha, a Scout Sixty tem mais que muitas motos de cilindrada semelhante para oferecer, a sua resposta no acelerador é perfeita, as mudanças são fáceis de embraiar e sem quaisquer ‘clonk’s’ incómodos, sendo uma das transmissões mais suaves no patamar das custom. A remoção da sexta velocidade passa praticamente despercebida.

Os amortecedores traseiros têm curso suficiente para absorver praticamente qualquer irregularidade na estrada, permitindo-nos manter perfeitamente o controle numa moto nada nervosa, e mesmo retirando uma das mãos para comprimentar um amigo, não sentimos qualquer estremecimento no guiador.

A curvar é deliciosa, como certamente o "jovem" que a fotografou deve ter notado! Em resumo, a Scout Sixty é acima de todo uma moto suave, perfeita ‘traga-milhas’, na qual apenas deve ter em conta que não possui um indicador de combustível, apenas sendo alertados pelo acender da luz de reserva que nos alerta para ir à bomba reabastecer.

Uma boa surpresa foi que, na despedida do verão e em dia de muito calor, pouco ou quase nada se fez sentir o calor do motor sobre as pernas, mesmo a atravessar calmamente a cidade. Quanto à opinião de um passageiro, simplesmente não a podem ter, porque não está equipada de origem com um segundo lugar. Apesar de estar homologada para dois ocupantes, quem quiser levar pendura tem que adquirir o assento e os poisa pés vendidos como opcionais.

Os pneus Kenda em forma de balão ‘aguentam-se’ no verão mas para o inverno – em piso molhado - dá vontade de trocá-los, porque impõem alguma cautela numa aceleração forte no punho. Já os travões da Sixty me pareceram adequados, embora se note a falta do ABS bem distribuído às duas rodas como acontece na Scout maior. O peso praticamente pouco se nota graças ao baixo centro de gravidade.

CONCLUSÃO

A Scout Sixty já está disponível no mercado em 3 cores (Preto, Vermelho Indian e Branco), sendo esta terceira cor uma novidade. O seu preço, a partir de 11.590 euros, é consideravelmente menor que os 13,690 euros da irmã mais velha.

TESTE

A exemplo do que sucede na Scout original, a Sixty revela ser uma moto extremamente dotada para uma utilização urbana, mas que também se presta a longos passeios ou até mesmo a pequenas viagens. Ultrapassamos os 500 km neste nosso teste e a conclusão dos dois condutores foi positiva, à excepção de alguns pormenores no equipamento, como os pneus e a ausência de repartidor de travagem (ABS) bem necessário no piso molhado.

Também se devem evitar os maus pisos, onde as suspensões de curso reduzido – que são uma carateristica própria desta estirpe de motos, sobretudo a maiores velocidades se mostram insuficientes para apaziguar os choques nas mudanças de pisos. Contudo, extremando-se as performances, rápido se precebe que elas agarram bem a Sixty ao solo. Nota positiva portanto.

Em deslocações maiores o depósito de apenas 12,5 litros limita um pouco a autonomia, contando com o combustível suficiente para pouco mais de 200km.


PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS


Motor: V-twin a 60º Refrigerado por líquido, DOHC, 8-valvulas

Cilindrada: 999cc

Potência máxima:

78cv / 7300rpm

Binário máximo:

88.8 Nm / 5600rpm

Transmissão primária:

5 velocidades

Alimentação:

EFI c/ corpos de 60mm

Capacidade de combustível: 12.5 l

Escape: duplo individual com “cross-over”

Altura do assento: 643 mm

Peso a seco: 246 kg

Pneus: 130/90-16 72H (Fr.) / 150/80-16 71H (Tr.)

Cores: Preto, Vermelho, Branco

Preço: a partir de 11.590 €

Importador: Luzeiro, Av. 25 de Abril 45, 2745-384 Queluz

Tl. 21 439 8630; http://www.luzeiro.com.pt/


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