KAWASAKI J125, J300
SENTIDO URBANO
No universo da Kawasaki, as Z são motos sem carenagens, que expõem muitas das virtudes e estilo das conhecidas famosas desportivas da marca ´verde’. Contudo, o mundo das motos, exige hoje bastante mais do que o simples rodar do punho do acelerador. E por isso, Akashi fez um ‘1 em 2’ lançando as duas scooters J125 e J300. Racional? Certamente que sim!
Por Ricardo Ferreira; colaboração de Alexandre Soares e Nuno Fernandes; fotografia Motores
A J125 e J300 são em tudo semelhantes na parte-ciclísticas, são ambas lineares em aceleração, diferenciando-se no distinto alcance dos motores monocilindricos a 4 tempos
Baixos consumos em conjunto com desempenhos fáceis, ao alcance de quaisquer mãos, são argumentos de peso no segmento das scooters, um território recentemente desbravado por esta marca japonesa. com a dupla proposta da J125 e J300. Para entenderem como tudo começou, vale a pena fazer um ‘refresh’ à memória e ao que aconteceu nos últimos anos.
Sendo a Europa o berço do primeiro veículo de duas rodas equipado com motor, e os mercados de Espanha, Itália, França e num passado mais recente também Portugal, regiões do globo onde existem muito adeptos das fáceis e práticas scooters, este dois aspetos foram cruciais para tirar do ‘fosso’ em que ficou o mercado da moto com a crise económica que desde o final de 2008 abalou fortemente a Europa, derrubando as vendas nas duas rodas. A partir de 2014 o mercado estabilizou, e dos cerca de 1,16 milhões de veículos de duas rodas com motor registados, 70% eram motos, e os restantes veículos scooters e motociclos de 125cc, que impulsionaram a recuperação do mercado.
Ou seja, se a BMW R 1200 GS e a Yamaha MT-07 ficaram a liderar o top de vendas, não deixa de ser curioso que na lista de motociclos de duas rodas mais vendidos, as scooters Honda SH 150 (8,7 mil unidades) e Yamaha T-Max 530 (7,8 mil unidades) ocuparam, respetivamente, a quarta e quinta posições. Especificando ainda mais a análise, a Kissbee 50 e a Piaggio Zip (duas scooters) foram em 2014 os motociclos mais vendidos em França; enquanto no país das pizzas (Itália) a Honda SH foi a preferida nas baixas cilindradas, obtendo a Vespa GTS 300 a segunda posição no mercado de duas rodas de maior cilindrada, logo atrás da líder BMW GS.
Atentos como são sempre os japoneses aos números, não duvido nem um minuto que estes resultados moldaram as intenções do fabricante de Akashi que, volvido pouco mais de um ano sobre a ‘estreante’ J300 lançou no mercado a sua irmã mais nova J125 – especificamente dirigida aos detentores da carta A1 (licenciados para conduzir automóveis ligeiros e motociclos até 125cc).
Num mundo que se está a tornar cada vez mais racional, fez sentido esta aproximação à categoria que é tomada como a porta de entrada no mundo da moto. Se nunca experimentou uma J300, posso dizer-lhe que ela é uma agradável surpresa no segmento das scooters de caráter desportivo. Com uma base semelhante à coreana Kymco 300, a J300 tem linhas desportivas, um grau de refinamento mecânico digno de registo, suspensões com um hidráulico poderoso e uma posição de condução integrada onde, com um espaço reduzido ao essencial para as pernas se conseguem retirar sensações próprias de uma desportiva maxi-scooter.
KAWASAKI J125: UMA RECEITA PARECIDA
Toda a forma da Kawasaki J125 é equivalente à empregue com êxito na J300. A Kymco é hoje um dos principais especialistas do mundo em termos de scooters, e a J125 tem uma base semelhante à Super Dink 125. Semelhante sim… mas não igual! Lembrem-se dos ‘trapos’ que se compram nas lojas chinesas, e de algo, parecido mas não igual que seja fornecido por uma marca conceituada de vestuário… É essa a diferença! Pagamos um pouco mais, é certo,, mas levamos para casa uma scooter com uma linha com muito mais carisma, sobre a qual temos a garantia de melhores desempenhos e mais fiabilidade, com uma linha Z inconfundível refletida na agressiva dupla optica alta e inclinada, acompanhada nas laterais por duas tiras com três leds. O painel de informações é compacto mas não minimalista (o estilo automobilista é uma regra de ouro nas scooters), enquanto os gráficos da instrumentação foram personalizados para esta J125. Os controles, os espelhos ou o escudo protetor (vulgo ‘avental’ na linguagem popular) apresentam numerosos exemplos de bons acabamentos, não faltando na gaveta esquerda uma prática tomada de 12 volts para recarregar o telemóvel ou outra ação útil em certas ocasiões.
Continuando a nossa pesquisa, vemos que o assento onde podemos guardar dois capacetes, incorpora uma fechadura com fecho magnético que pode ser aberto de forma remota. Uau… Promete! O estofamento é cuidado tem um toque muito agradável. Os apoios de pés para o passageiros são escamoteáveis, e a plataforma que faz de apoio para os pés do condutor não é particularmente generosa – mas quem está habituado à moto não vai dar por nada, até porque ao contrário de outras scooters as pernas não ficam muito separadas. Estou convencido que, para as horas que lhe vão dar de uso no dia-a-dia, não haverá reclamações… O mesmo, talvez não se passe numa tirada mais longa!
ROBUSTA, ESTÁVEL E INTUÍTIVA
Ao todos, três pessoas experimentaram ambas as scooters neste teste e, todos foram unânimes quanto à qualidade de construção acima da média, conforto e desempenhos bastante positivos – apenas o Nuno Fernandes, sem qualquer hábito de scooters, e acostumado que está à sua BMW F800, reclamou por algo mais na aceleração. Pois, mas as 125cc são assim mesmo – limitadas no motor para corresponder à potência ‘legal’ de 11 kw / 15 CV da carta A1.
Em andamento verifica-se que a J125 tem um chassis de scooter bastante rígido, mas com um raio de excelente balanço, onde os joelhos não interferem com o guiador em cada curva, apesar da posição um pouco retraída.
O seu comportamento em retas e curvas com bom asfalto é extraordinário. O chassis, foi projetado para o motor da sua irmã mais velha, a J300, assim como toda a restante parte-ciclística.
A oitavo de ligo enfrenta as subidas com vigor, em recta leva-nos bem na parte alta do conta-rotações aos 120 km/h, esticando um pouco mais em plano inclinado.
como todo o resto do chassis, por isso custa um monte de colocar em apuros. As duas irmãs incorporam rodas de medida apetecível (14 " à frente e 13" atrás), a suspensão oferece toque muito directo e preciso, e regulando as alavancas do duplo amortecimento traseiro podemos torná-la quase imperturbável em diversos pisos.
O motor, mesmo frio, não mostra nenhum ruído desagradável, é muito regular e não vibra nada. Está numa posição muito baixa e os desenvolvimentos aplicados na transmissão secundária foram bem sucedidos. Só assim se compreende que a aceleração e recuperações do motor 125 seja tão uniforme. A Kawasaki J125 está disponível em quatro versões: a versão standard (€ 4.395), a versão com ABS (€ 4.845 ) e as duas opções da J125 Special Edition - onde nas cores se vinca mais o caráter desportivo – uma sem ABS (€ 4.595) e a Special Edition com ABS (€ 4.980). Todos estes preços já incluem o IVA, aos quais devem adicionar as despesas de legalização e ISV.
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KAWASAKI J300: MAXI-ERGONOMIA GT
Sendo o segmento das scooters, o pilar de suporte de muitas fábricas – o que não é o caso da Kawasaki – a firma nipónica lançou-se nele para facilitar aos seus clientes uma alternativa para se movimentarem na cidade com a liberdade e conforto que este tipo de veículo de veículo oferece.
A identidade da marca mostra-se especialmente na estética frontal, onde a dupla optica de alguma forma imita a carenagem da família Ninja. A frente é poderosa com o pára-brisas a não quebrar a linha desportiva, com um vidro transparente pequeno, isto apesar de aqueles com maior estatura poderem encontrar nas opções uma tela XXL perfeita. Na traseira a profusão plástica é minimalista, cobrindo a plataforma do chassis de novo em imitação da moto.
Durante o nosso teste, defrontamos algumas chuva, não evitando ficarmos com os braços molhados e alguma água a bater no capacete. Apesar do estilo agressivo da J300, verifica-se que o aspeto egonómico foi bem cuidado. Ou seja, pontuação máxima para o assento com generosa cobertura, que ajudam muito a passar despercebido o movimento dos amortecedores em superfícies irregulares, assim como a espaço sob o assento onde podemos guardar à vontade um capacete integral e um prático Jet. Os 775 mm de altura do assento são um tamanho ideal para quase qualquer medida e o passageiro – que fica numa posição motociclista – tem à disposição uns práticos apoios de pés dobráveis. que permitem, além de um firme e fundamento seguro sobre eles, ter um ângulo confortável com os joelhos.
O conjunto estético da Kawasaki J300 é agradável, ao estilo sport-GT, ao qual corresponde na perfeição a resposta do motor.
MOTOR ACIMA DA MÉDIA: 28 CV ÀS 7.750 R.P.M.
O motor que impulsiona o J300 é uma unidade de 299 cc, 4T de cilindro único, com refrigeração líquida e um árvore de cames SOHC com 4V. O estilo superquadrado deste motor (72,7 x 72 mm em diâmetro e curso) é uma das razões da sua aceleração sóbria e sem reservas. Fornece uma potência máxima de 28 cv e 2,9 kgm de binário, suficiente para não quebrar muito nas recuperações acima dos 100 km/h, algo que por vezes sucede numa maxi-scooter. Não tem vibrações, a exemplo do que sucede na irmã de 125cc e, com a J300 os técnicos de Akashi foram um pouco mais além das marcas concorrentes que há cerca de dois anos não iam muito além dos 20 CV nas suas propostas.
Em condução o motor de Kawasaki parece não terminar, em estradas sinuosas só um um condutor muito experiente poderá retirar todo o seu potencial, e numa via rápida é possível lançar a J300 a velocidades em torno dos 120-140 km / h.
É uma unidade atrevida e não menos o é o seu chassis.
As medidas de rodas 14/13 polegadas tornam-na confiável e estável na estrada, pouco se notando os seus 191 kg, apenas mais 9 quilogramas que a irmã mais nova J125. As mudanças de direção são rápidas e precisas, proporcionando uma sensação de segurança em todos os momentos. O quadro, treliça de aço redondo é muito rígido nada perdendo em estabilidade a altas velocidades, Neste teste verificámos que as suspensões traseiras se tornam um pouco macias a velocidades elevadas, mas, com paciência e um ajuste correto conseguimos por a J300 a rolar sobre carris.
A travar não encontramos nenhuma objeção, sendo acertada a escolha por um disco com duplo-pistão e pinça de 260 milímetros à frente e disco de 240 no eixo posterior. Os preços da J300 são competitivos, € 4.995 na sua versão base, € 5.495 na sua versão base com ABS, € 5.295 na Special Edition sem ABS e € 5.780 na Special Edition com ABS.
A luz de cortesia no espaço sob o assento, o painel de controle com LCD multifunções, são outros argumentos que ajudam a tornar apetecível esta enérgica 300, capaz de maravilhar muitos ulizadores em trajetos distintos. Bem-vindas!
CARACTERÍSTICAS
KAWASAKI J125
Tipo de motor / Monocilíndrico, com refrigeração líquida, a 4 tempos
Cilindrada / 125 cm3
Diâmetro x curso / 54.0 x 54.5 mm
Taxa de compressão / 11:7:1
Sistema de válvulas / SOHC, 4 válvulas
Sistema de injeção / Injecção de combustível: φ27 mm x 1
Ignição / Controlo ECU
Arranque / Eléctrico
Lubrificação / Lubrificação forçada, cárter húmido
Travão dianteiro / Disco de 260 mm em forma de pétala. Pinça com 2 êmbolos
Travão traseiro / Disco de 240 mm em forma de pétala. Pinça com dois êmbolos.
Suspensão dianteira / Suspensão telescópica de 37 mm.
Suspensão traseira / Duplo amortecedor com 5 modos de ajuste.
Potência máxima / 10.3 kW {14 PS} / 9,000 min-
Binário máximo / 11.5 N.m {1.2 kgf.m} / 7,000
Transmissão / CVT
Relação final / Correia
Tipo de quadro / Tubular em aço, tipo "diamante"
Inclinação e Trail / 28.0o / 113 mm
Curso da suspensão dianteira / 110 mm
Curso da suspensão traseira / 100 mm
Pneu dianteiro / 120-80-14"
Pneu traseiro / 150-70-13"
Ângulo de direção / 40o / 40o
Dimensões CxLxA / 2,235 x 775 x 1,260 mm
Distância entre eixos / 1,555 mm
Distância ao solo / 145 mm
Altura do assento / 775 mm
Capacidade do depósito de combustível / 13 litros
Peso em ordem de marcha / 182kg
CARACTERÍSTICAS
KAWASAKI J300
Tipo de motor / Monocilíndrico, com refrigeração líquida, a 4 tempos
Cilindrada / 299 cm3
Diâmetro x curso / 72.7 x 72.0 mm
Taxa de compressão / 10.8:1
Sistema de válvulas / SOHC, 4 válvulas
Sistema de injeção / Injeção de combustível:φ34 mm x 1
Ignição / ECU Control (Full transistor)
Arranque / Elétrico
Lubrificação / Lubrificação forçada, cárter húmido
Travão dianteiro / 2
Travão traseiro / Disco de 240 mm em forma de pétala. Pinça com 2 êmbolos
Suspensão dianteira / Suspensão telescópica de 37mm
Suspensão traseira / Duplo amortecedor com 5 modos de ajuste da pré-carga
Potência máxima / 20.3 kW {28 PS} / 7,750 rpm
Binário máximo / 28.7 N•m {2.9 kg•m} / 6,250 rpm
Transmissão / CVT
Relação final / Correia
Relação de redução primária / 2.220 ~ 0.790
Relação de redução final / 7.222 (43/16 x 43/16)
Tipo de quadro / Tubular em aço, tipo "diamante"
Inclinação e Trail / 28o / 113 mm
Curso de suspensão dianteira / 110 mm
Curso de suspensão traseira / 100 mm
Pneu dianteiro / 120/80-14 M/C 58S
Pneu traseiro / 150/70-13 M/C 64S
Ângulo de direção / 40o / 40o
Dimensões CxLxA / 2,235 x 775 x 1,260 mm
Distância entre eixos / 1,555 mm
Distância ao solo / 145 mm
Altura do assento / 775 mm
Capacidade do depósito de combustível / 13 litros
Peso em ordem de marcha / 191 kg